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VOLÚPIA DO AMOR MODERNO

Volúpia do amor moderno
Amar a noite, o vento, o caminho faz de mim grande e intenso.
Estar aqui, ser eu, a fim torna-me sofregamente inteiro, imenso.
O sentimento encachoeira-me o ser e inundando-me a alma transborda aos convives, aos pássaros, ao mar e à lua, que de tão bela e cheia invadi-me com sua prata luz dourada.
Não se ama por volição. Você não escolhe o amor; se não, ele a você. Por isso, deixar-me levar nas águas mansas ou bravias do amor, tornar-me marinheiro do ser, do estar, do fazer-me companhia para todas as horas, momentos, tempos.
O tempo?
Flerta o amor há milênios, sem ousar afagá-lo ou senti-lo o calor; por isso, vive o tempo a perambular em ciclos sem destino, em busca de um porto, onde quem sabe, possa um dia, beijar a face do amor, sentir sua respiração, seu baticum cardíaco, sua fraqueza muscular, entregando-se sorrateiramente ao encontro, ao cheiro, ao paladar... Do prazer.
Júlio Lima
Professor/ Médico

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