sábado, 23 de agosto de 2014

De que lado você está?

Fonte: Internet
                   Existe uma lei da física que nos fala que o universo caminha para uma entropia. De fato, conseguimos, por exemplo, desorganizar um ambiente com bem mais facilidade do que deixa-lo organizado. Além de que, o ato de organizar traz consigo uma sensação de trabalho e racionalização do processo, enquanto, muitas vezes, nem percebemos como instalamos o caos onde estamos.
                        A raça humana tem se superado cada vez mais na tarefa da autodestruição e destruição do planeta que habita.
Guerreiam-se no atacado por expansão de territórios e subjugação de outro povo, por fanatismo religioso e pela aquisição ou manutenção de poder quase absoluto destruindo inclusive sua gente. Guerreiam-se no varejo pela vaga da fila do pão, vaga do estacionamento, da ficha no guichê, pelo espaço privilegiado no cunhão do chefe, por trocados nem sempre lícitos, por fantasias consumistas.
O homem aprendeu e se apegou com força à hipocrisia. O marketing lhe trouxe a ferramenta precisa e tudo é passivo de maquiagem. Da atitude distante do discurso e da aparência à negação da morte, vivemos um enfadonho e nebuloso baile de máscaras social. Lobos camuflam-se de cordeiros, catacumbas disfarçam-se de belos jardins floridos e bem cuidados.
O sistema vende a todo o momento a ideia de felicidade plena a ser alcançada na necessidade do acúmulo, do ter mais bens, ter mais roupas (de marcas), ter o carro mais caro, ter mais lugares visitados, ter mais “amigos” nas redes sociais, ter mais, ter mais, ter mais.... Se você não tem...você não é.
Para fugir da ideia e da noda demoníaca, criada na sociedade de consumo, do não ter e logo, não ser, o sujeito tem sido doutrinado há permanecer o tempo todo armado e pronto para o embate e para a vantagem que pode tirar de qualquer situação criada.
Observa-se cada vez mais e por motivos cada vez mais banais, não sem perplexidade e pavor, e em idades mais breves as pessoas perderem sua compostura e lançarem-se em ataques verbais, gestuais ou físicos.
Impressiona a pressa com que alguns têm passado da “educação” para o gesto insano de agressividade. Para isso, basta ser contrariado, então toda sua carga de desgostos, frustrações e desgraças são ligeiramente vomitados em frações de segundos sobre o oponente da vez, geralmente incrédulo do espetáculo parvo que presencia. Cena bastante frequente feita por acompanhantes de pacientes em hospitais, por exemplo. O paciente quase nunca o faz, em bancos, restaurantes e locais públicos.
A busca insana pelo padrão de felicidade e facilidades vendido pelo mercado também tem fabricado legiões de indivíduos isentos de qualquer energia para o trabalho ou imbuídos de qualquer preceito moral. Comportam-se como hienas em busca da caça alheia sem considerar o esforço do caçador ou urubus que fazem festa sobre o defunto já frio e em decomposição. Nem as carcaças da presa deixam para trás. Mercenários, estelionatários, espertos de plantão saem todo dia de casa para te encontrar.
A ordem do dia é lutar e vencer, vencer, vencer. Sinto muito pelo rumo que deram a palavra vencer, tão forte e significativa e tão usurpada de seu sentido.
Espero que não esteja muito Auguto dos Anjianos e que tão pouco veja generalização torpe em minhas palavras. Até que gostaria de estar exagerando, pois seria menos surreal.
É claro. Também existe o contraponto.
 Não gosto da ideia da luta do bem contra o mau, mas da existência de um movimento entre a entropia e sua antípoda que é a organização, o ato produtivo, a estabilidade.
Mares bravios é que formam bons marinheiros, sofrimento trás maturidade, tragédias pessoais trazem a realidade. Muitas vezes, o aprendizado ou algum aprendizado chaga-nos pela dor; outras não, como pela educação do exemplo que é a que mais acredito. Pessoas fortes e solidárias vão se moldando e é nos encontros que se unem e juntas buscam a harmonização e trazem um equilíbrio na balança da existência.
Certamente não é fácil nadar contra a maré, contra a sedução das facilidades, dos atrativos do menos trabalhoso e mais vantajoso. Resisti-los o tornam diferente e os diferentes quase nunca são tolerados.
A oração, a ética, a lealdade, a caridade e a solidariedade são antídotos, atributos com altíssimos graus de complexidade e que exigem imensuráveis investimentos pessoais.
Resistir á tentação do pequeno delito para muitos é como uma criança resistir uma guloseima em festa de aniversário do coleguinha.
Crescemos ouvindo àqueles que enfrentaram tsunames ou tiveram a inteligência de aprenderem com os exemplos, muitos desses sem estudo algum, dizerem: O mundo dá, mas também ensina; quem encontra besta não compra cavalo; quem se mete a redentor termina crucificado; diz-me com quem andas que direi quem és; todo dia sai de casa um besta e um sabido. Noutra face desse prisma, santos, avatares, ativistas, humanistas, filósofos nos transmitiram, por sua trajetória de vida ou pelo verbo, alternativas para que não se entre no redemoinho do mundo material, amoral e frio.
Não me canso de expressar, embora sem nenhum conhecimento técnico ou dados que comprovem, que a educação religiosa cumpre um papel social que as escolas pagãs que vem lhes sucedendo não estão conseguindo fazê-lo, na contribuição da formação ética e moral dos nossos jovens, embora entenda que o papel principal e primordial da educação de civilidade, moral, ética é dos pais, que também têm se excluído do processo e cobrado das escolas, que por sua vez, no mundo regido pelo capital, quer preparar o jovem apenas para o mercado de trabalho. Este fica no desamparo. O jovem só gostará de rezar, orar ou ir a ritos religiosos se forem estimulados. O jovem só tratará bem o idoso, o mendigo, o doente, o diferente com delicadeza e igualdade se tiver o exemplo próximo de quem é sua referência.
Acredito que vivemos uma paranoia coletiva pelo trabalho e luta das nações e das grandes corporações por crescimento econômico que o fazem em detrimento da saúde coletiva e individual.
Somos um exército de escravos adestrados a acreditar que a felicidade estar no ter, no poder e no ser social. Estamos tão doentes que condenamos e discriminamos quem enxergando um palmo além do nariz e do umbigo encoraja-se e rompe com essa insanidade coletiva, essa maconha estragada eterna que cega e deixa letárgico e sem energia para reação quem está institucionalizado nesse processo.
O bem x o mal; o In x Yang; o fogo x água; o sol x chuva; o ego x superego; ética x imoralidade; solidariedade x individualismo; eu x meus fantasmas. Como diria Chico Science: de que lado você samba? De que lado, de que lado, de que lado você vai sambar?
Júlio Lima
Médico/ Professor






sábado, 9 de agosto de 2014

Meu pai, meu norte!

           Ao  meu pai todo "ÃO" desse mundo. todo são, todo tão, todo coração. Meu norte, minha linha de direção, meu chão, meu pão e, por que não, minha melhor expressão.
            José Ivan Ribeiro de Lima, meu herói mais herói. Por ele me lancei, para ele venci. Ele sou eu aqui hoje. Ele é e será aonde eu chegar, aonde eu estiver.
           Não foi  a Bahia, nem nenhum lugar que me deu régua e compasso, foram meu pai e minha mãe que deixando seu conforto em sua cidade natal se lançaram em terra estranha por nós, por mim nos deram a direção à seguir.
             Muito obrigado meu pai. Quero ser o bom que há em você .
 José Ivan Ribeiro de Lima, meu pai!
Júlio Lima
médico e professor