segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
FUNDAÇÃO TERRA
A Fundação Terra é uma organização não governamental brasileira criada como intuito de prestar ajuda às pessoas que vivem no local denominado "Rua do Lixo", na cidade de Arcoverde, no estado dePernambuco. Esta comunidade é constituída por catadores de resíduos, quebradores de brita, biscateiros, migrantes, etc. De grande importância é a cooperação de doadores da Alemanha.
Entre as ações desenvolvidas pela fundação, estão a Pax Christi, onde além dos ensinos tradicionais, os indivíduos aprendem uma profissão prática, como costura,computação, soldagem naval 1 etc. A escola conta com uma marcenaria comunitária, que faz parte da escola profissional, produzindo móveis baratos de necessidade cotidiano - mesas, cadeiras e armários - para a comunidade. Nas salas da Pax Christi Schola, o método de ensino utilizado é o de Paulo Freire, desenvolvendo um trabalho de autoconsciência mais forte.
No Centro Mater Christi, as mães gestantes têm acompanhamento pré-natal, recebem alimentação e participam de palestras sobre higiene e saúde preventiva. O atendimento continua após o parto, durante a amamentação e até o primeiro ano de vida da criança. O centro mantém ainda uma creche.
O projeto Domus Christi abriga 21 idosos, de 68 a 101 anos, todos abandonados pela família. Cada um tem uma pequena casa, com quarto e banheiro, além de assistência médica e odontológica.
A Fundação Terra construiu também uma cozinha comunitária, que fornece por dia 645 refeições para crianças, mulheres gestantes e mães que amamentam. Além disso, 500 famílias cadastradas recebem cestas básicas duas vezes por mês 2 .
domingo, 6 de outubro de 2013
De que lado o governo samba?
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Fonte: Internet |
Somos de uma geração que foi forte o suficiente
para acabar com a ditadura, lutar por liberdade e gritar por direitos.
Hoje, na medida em que, por um lado, parece-nos
que estamos à beira de um novo golpe aos moldes bolivarianos e assistimos de
camarote a execução de uma política mais do que equivocada, incompetente e que
está fazendo o Brasil perder a veia do crescimento. Por outro, assistimos de
camarote e inertes, os banqueiros e as elites lucrarem como nunca. Privatizações
para estrangeiros do pré-sal e rodovias, por exemplo, lembram-me de políticas
antes combatidas por quem hoje é governo.
Na saúde está em execução uma política
catastrófica e desrespeitosa ao cidadão comum brasileiro. Na educação, somos
piada para o mundo e vemos a marginalização dos professores pelo governo.
Essa presidente que me parece sem vontade
própria e sem coragem para romper com os que se dizem promotores de sua chegada
à principal cadeira do país não está percebendo que seu partido está lhe
assessorando da pior forma possível e lhe estimulando a tomar as medidas mais
descabidas e está afundando seu governo?
O medo
não a deixa enxergar que o povo foi quem a colocou onde está e não seu partido
atolado até os olhos em corrupção e falcatruas.
Dentre as mais descabidas atitudes desse
governo, podemos citar a organização de um ministério podre, na sua maioria –
Afif Domingos e Padilha que o digam; conflito com o judiciário; priorização na
construção de estádios em detrimento a um socorro efetivo às vítimas da seca
nordestina; política econômica sem transparência e sem confiança; programa de
privatização que está prestes a entregar o pré-sal aos estrangeiros e sem
regras definidas e editais sem valor, além do programa “mais médicos”.
Não entendo, alias, entendo só não aceito a apatia da sociedade a tudo isso. Não temos oposição séria com um projeto diferente. No máximo, temos oportunistas midiáticos querendo ser o próximo mamador das tetas dessa terra. Vide união no mínimo estranha entre Eduardo Campos e Marina Silva
Não entendo, alias, entendo só não aceito a apatia da sociedade a tudo isso. Não temos oposição séria com um projeto diferente. No máximo, temos oportunistas midiáticos querendo ser o próximo mamador das tetas dessa terra. Vide união no mínimo estranha entre Eduardo Campos e Marina Silva
A copa
das confederações foi uma afronta ao povo brasileiro. A farra da gastança foi
absurda. Tudo pago com o nosso suor. Sinceramente não temos nada para
comemorar. O título teve sabor de fel. Não quero ser campeão em besteira. Quero
ser campeão em qualidade de vida. Nesse jogo. Perdemos feio.
Quanta hipocrisia, quanta palhaçada, quanta
mediocridade observarmos esses políticos filhos do coisa ruim, baixaram as
passagens de ônibus e trem em todas as cidades no Brasil por causa das
manifestações, como se essa fosse a questão.
Procuram sufocar, diminuir, desqualificar a voz
das ruas que gritou: CHEGA DE CORRUPÇÃO, DESMANDOS E INCOMPETÊNCIA. QUEREMOS
SAÚDE (não apenas médicos), EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E MOBILIDADE. A mudança só virá
quando o povo invadir os salões aonde a farra desses políticos de TODOS OS
PARTIDOS é farta e às nossas custas.
Como não sou economista, advogado e não recebo
o bolsa família, falarei especificamente sobre a política desse governo para a
saúde. Até gostaria que outros profissionais fizessem uma leitura sobre essa
atuação em sua profissão ou área de trabalho para um debate mais amplo.
Em relação à saúde, a obrigação do oferecimento
desse serviço à população é do governo e não dos médicos. Médico não é
curandeiro, nem mágico. Médico faz ciência, não pirotecnia. Médico necessita de
condições favoráveis de trabalho para conseguir tratar o paciente. A cura pode
ou não ser alcançada, pois exerce uma função de meio e não de fim e nem sempre,
para se dar o diagnóstico de uma patologia, é necessário despir e palpar o
doente. A Presidente Dilma muda seu discurso, agora mais eleitoreiro e menos
visceral, no entanto sem alterá-lo em essência.
O país, no final do semestre passado, borbulhou
em protestos. Congresso, judiciário e executivo colocados contra a parede, no
entanto, viraram as costas, tamparam os ouvidos, emudeceram-se e se fizeram de
autistas às reivindicações da sociedade.
Fazem-se necessário que haja uma verdadeira
política para a saúde. Mudanças profundas com respeito ao usuário, fomento à pesquisa, ensino e valorização de
todos os profissionais que nela trabalha.
Uma grande amiga me questionou porque só agora
os médicos levantaram a voz para denunciar a situação da saúde pública no Brasil?
Os médicos, no meu entendimento,
têm uma grande parcela de culpa em tudo isso. Assistiram a situação chegar aonde
chegou, em parte, por omissão em mostrar para
sociedade a realidade que sempre enfrentou no seu exercício laboral. E quando
um ou outro levantou a voz e tentou mostrar a situação dos pacientes e
condições de trabalho não encontrou o eco dos pares.
Esse
problema vem de longe. A diferença é que os outros governos tiveram seus
discursos demagógicos colocando sempre a culpa em seus antecessores, com isso,
os médicos mantiveram-se quietos e a sociedade enganada .
No
entanto, com esse governo, a presidente não pode colocar a culpa em seu
antecessor, pois é colocar a culpa em seu padrinho político e mentor do seu
governo e nela própria, pois ela era governo também.
Sem
saída, o governo joga a culpa de um descaso centenário e de todos os governos
na classe médica, pois precisava dar uma satisfação às ruas e colocar em
prática um acordo já firmado há tempos para emissão de divisas de nosso país e
nossa gente como patrocínio da ditadura Castrista aonde o “dinheiroduto” seria a saúde.
No
instante que foi acusada, a classe médica resolve colocar a boca no mundo,
mostrar e dizer para sociedade que a coisa não é bem como ela (Dilma e os seus)
conta e começa mostrar que a incompetência, descaso, ineficiência,
perversidade, dolo é do governo e não da classe médica. No entanto, já era
muito tarde. Os gastos com propaganda, a mídia governista que há tempos
encabeça uma campanha contra os médicos em seus programas, novelas e jornais, o
congresso, também com maioria governista, de joelhos e obediente, quando conveniente,
às PEC’s presidenciais e um judiciário desfacelado pelo executivo faz com que a
sociedade se volte contra a classe médica.
O ódio
que vi nas redes sociais contra a classe médica dá uma excelente tese de
mestrado ou doutorado: O dia em que a classe média, que não é usuária do SUS, demonstrou
todo seu ódio contra aquele que, em tese, detém poder sobre sua vida.
Até solicitaria aos que odeiam médicos,
principalmente os que possuem plano de saúde e não são usuários do SUS, nem nunca
visitaram um desses lugares que evitem destilar seu ódio defendendo o governo e
atacando os médicos. Na verdade, estes lutam por melhorias das condições de
trabalho e, dessa forma, quem ataca a classe médica por algum rancor pessoal
está impedindo possíveis melhorias nas instalações, equipamentos, medicamentos
disponibilizados, acesso às tecnologias e a presença de uma equipe completa com
todos os profissionais da saúde em um posto ou Hospital do SUS. Claro que se luta
também por bom salário, direitos trabalhistas e carreira de Estado, mas a luta
dos médicos não se limita a isso.
Vi com muita tristeza a vitoria da hipocrisia. Sentenças
judiciais favoráveis à prática da medicina por estrangeiros que não cumpriram
todas as etapas exigidas para quem faz o curso em outro país. Pior, obrigando
os conselhos a cederem registros àqueles que nem comprovação de que realmente
são médicos trouxeram em suas bagagens de tanta “solidariedade”. Na prática, o judiciário,
também de joelhos, negou a dignidade para o brasileiro comum.
O
governo lança um programa aberrante e de cunho exclusivamente eleitoreiro aonde
estratifica a população brasileira da forma mais perversa que existe, com
descaso sobre sua saúde e sua existência como cidadão. Para os "homens da
corte”, Sírio Libanês com os melhores médicos
brasileiros formados no Brasil e com acesso à tecnologia de ponta. Para o
"homem comum”, excelentes médicos brasileiros formados nas boas
universidades do Brasil com algum acesso às tecnologias de ponta ( são os
cidadãos do litoral e grandes cidades que podem pagar um plano de saúde). Para
os "homens desprezados” dos rincões brasileiros, médicos estrangeiros sem
comprovação de qualificação e bons médicos brasileiros, porém refém- formados,
inexperientes e sem acesso a qualquer tecnologia, ou mesmo, mínimas condições
de trabalho.
O que
mais me entristece é ver a sociedade lavar as mãos como fez Pilatos e querer se
enganar e fazer vista grossa para tal aberração com o argumento vil de que o
sertanejo agora também terá médico. Como se para ele isso bastasse!
Lembro-me do espanto com que recebi, por meio
do Jornal nacional, a notícia do convênio Brasil – OPAS – Cuba. Era anunciada
em rede nacional e em horário nobre que o governo brasileiro estava importando
ESCRAVOS, Isso mesmo minha gente, escravos, pois pagará o salário ao “miserável”
do médico que virá (provavelmente forçado) de Cuba. O Valor do salário (10mil)
será pago ao governo de Cuba que decidirá quanto pagará a esses senhores. O que
diferencia isso do tráfico de pessoas? O governo de Cuba é o CAFETÃO, o governo
Brasileiro, O CLIENTE e os médicos, pra variar, AS PUTAS.
Quando me formei em Medicina, fui trabalhar no
Distrito de Brejo Grande em Santana do cariri na Chapada do Araripe Cearense.
Era responsável ainda pelos distritos do Pontal e da Conceição. Foi o ano mais
feliz de minha vida profissional.
Tínhamos além dos
atendimentos e visitas domiciliares diárias, grupos de idosos, adolescentes,
gestantes e infantis com reuniões frequentes. Fazíamos passeios com esses
grupos, além de festas organizadas pelas comunidades.
Conseguimos
fazer uma farmácia de plantas medicinais com mais de 100 tipos de plantas
diferentes onde qualquer pessoa da comunidade tinha acesso e o conhecimento
sobre tais plantas era compartilhado por todos.
Com certeza, como sertanejo que sou, passaria
o restante de minha vida realizando àquele trabalho que acreditava e amava. No
entanto, não fiquei. Por quê?
Por que
sou mercenário que quero muito dinheiro? Por que quero morar num grande centro
com sérias dificuldades de deslocamento, violência e relações interpessoais nem
sempre fáceis?
NÃO, Não!
Tive uma partida difícil daquelas comunidades e o fiz por culpa única e
exclusiva do GOVERNO que não me deu alternativa, pois sempre desvalorizou o
médico da atenção primária. Não oferece condições para uma medicina minimamente
possível. Não oferece nenhuma segurança trabalhista.
O médico do interior fica a mercê e refém do
humor e da vontade dos prefeitos e secretários de saúde, nem sempre honestos.
Qualquer parentalzinho de autoridade local dá carteirada exigindo prioridade,
quando não, exclusividade. Além da ausência de condições de resolubilidade de
patologias simples e de referenciar os casos mais graves.
Hoje vejo com muita tristeza esse teatro
patético desse governo que, com fins eleitoreiros e de evasão de divisas para
financiar uma ditadura, realiza um verdadeiro desmonte de uma profissão.
Mais
triste ainda é ver a maioria das pessoas se “lixarem” para isso por que não é
com elas.
Mais
triste ainda, fico quando vejo muita gente defender uma ditadura (seja de que
ideologia for), aceitar o trabalho escravo como algo normal.
Não
consigo ter outro sentimento a não ser o da solidariedade por esses
semi-escravos, obrigados até proferir discurso ufanista.
Resta uma
tristeza profunda por ver minha gente apenas como manobra eleitoreira e infame
de um projeto vil de poder e a percepção de que a sordidez tomou conta do país.
Estamos descendo ladeira a baixo. O país está à
deriva e o povo letárgico, insone.
O governo deu um “boa noite cinderela” no povo
através dos programas assistencialistas e em boa parte da classe média, através
da mídia.
Só ignorante não ver que o governo enriquece
cada vez mais as elites e oferece migalhas a quem realmente sustenta essa
pirâmide.
Não vejo
política pública séria em nenhum setor do governo. Há camuflagem e alteração de
dados econômicos levando a desconfiança do mercado, nossos professores tratados
como bandidos, política externa patética que fala grosso com os Norte-americanos,
não que estejam corretos, mas aceita desaforo da Bolívia que nacionalizou
empresa da Petrobras e calote da Venezuela, no caso da refinaria em Pernambuco.
O que se
observa é uma grande colcha de retalhos aonde sobra incompetência, corrupção e
desejo de tornar o Brasil numa ditadura bolivariana.
Júlio Lima
Médico e professor
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Morte e vida severina em desenho
Hoje, recebi um presente da amiga Lane Pordeus e que compartilho agora com vocês!
quinta-feira, 25 de julho de 2013
CRESCIMENTO EM ORTPOPEDIA PEDIÁTRICA
![]() |
Foto: Internet |
1. Estudo Radiológico
Cerca de 50% das crianças tem idade óssea
significativamente diferente de sua idade cronológica.
Em alguns distúrbios isso é
característico e todo o raciocínio, análise, previsão e tomada de decisão devem
ser feitos tomando por base a idade óssea. Ex: doença de Perthes, discrepância
de comprimento dos membros, condrodistrofia.
Existem várias relações úteis entre os eventos
da PUBERDADE x SINAL DE RISSER.
· Sinal de Risser:
0: É para os primeiros 2/3 do disparo do crescimento puberal
e indica que o pico da curva de velocidade de crescimento ainda não foi
atingido.
l: Anuncia o inicio da rampa descendente do pico de
crescimento puberal. A taxa de crescimento da estatura, em posição sentada e em
posição em pé, diminui abruptamente. Pêlos axilares geralmente aparecem nesse
período.
ll: Corresponde a uma idade óssea 14 anos nas mulheres e 16
anos nos homens. Há ainda um risco de 30% de progressão (5° ou +) para uma
curva escoliótica de 30° e um risco de 2% para uma curva de 20°.
lll: Existe ainda uma ano de crescimento. Nesse ponto há um
risco de 12% de erro, curva de 20° ou maior progredir 5° ou +.
lV: Corresponde a 15 anos em mulher e 17 anos em homem. O
risco de progressão de escoliose está acentuadamente reduzido, embora, para o
homem permaneça um risco reduzido.
V: A apófise ilíaca pode fundir-se na idade de 22-23 anos. Em
alguns casos ela nunca se funde.
2. CRESCIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL
As vértebras lombossacrais são relativamente
menores ao nascimento do que as torácicas e as cervicais, contudo, durante os
primeiros anos de crescimento elas crescem mais rapidamente.
Os discos respondem por aproximadamente 30% da
estatura do segmento espinhal ao nascimento, na maturidade diminui para 25%.
As porções anterior e posterior das vértebras
não crescem à mesma taxa. Na região torácica, os componentes posteriores
crescem mais rápidamente. O inverso ocorre na região lombar.
A altura da coluna quase triplicará desde o
nascimento até a vida adulta. A coluna adulta média no homem tem 70 cm de
comprimento (12 cm col. Cervical, 28 cm – torácica, 18 cm lombar e 12 cm
sacra). Na mulher mede em média 65 cm.
Ao nascimento, a coluna vertebral tem
aproximadamente 24 cm de comprimento. Apenas
30% da coluna está ossificada e há pouca diferença significativa na morfologia
de uma vértebra a outra.
3. CRESCIMENTO DO MEMBRO INFERIOR
O membro inferior cresce mais que o tronco. O
fêmur e a tíbia combinados crescem cerca de 55 cm em mulher e 63cm em homem, do
nascimento até o final do crescimento.
A relação entre o fêmur e a tíbia é constante
durante todo o crescimento. A diferença no cumprimento entre os 2 ossos é 2cm
ao nascimento e 10cm no final do crescimento. O comprimento da tíbia é 80% do
comprimento do fêmur.
A relação entre tíbia e fíbula também é
constante. O comprimento da fíbula é 98% do comprimento da tíbia, e, não há
diferença significativa.
O fêmur possui aproximadamente 9 cm ao nascimento
e irá aumentar 5x para 45cm ao termino do crescimento.
A tíbia tem comprimento de 7 cm ao nascimento
e irá aumentar 5x para 35 cm.
O crescimento da tíbia e da fíbula é
independente, sendo necessária uma harmonia perfeita. Se crescimento excessivo
da fíbula (ex: acondroplasia) - geno varo. Se ressecção da fíbula durante o
crescimento – tornozelo valgo.
CONTRIBUICÕES DAS
PLACAS DE CRESCIMENTO PARA AUMENTO DO OSSO E DO MEMBRO.
Joelho é responsável por 2/3 do crescimento
(65%) no membro inferior.
Ao nascimento, o pé possui cerca de
7,5 cm de comprimento (40% do seu tamanho final). Com 1 ano de idade nas
mulheres e 1 ano e meio nos homens, o pé já atingiu a metade do seu tamanho
adulto.
No útero, as pontas das falanges distais do pé
são as primeiras a se ossificar, seguidas pelos metatarsos e posteriormente
pelas falanges medianas e proximais.
Ao nascimento estão presentes: centro
de ossificação no calcâneo, talo e cubóide, metatarsos (placa de crescimento do
1º é proximal e do 2º ao 5º é distal) e centros de ossificação de todos os
metatarsos e das falanges.
OSSO
|
PERÍODO DE
OSSIFICAÇÃO
|
Cuneiforme lateral
|
Entre 4 e 20 meses
|
Cuneiforme medial
|
Mais ou menos aos 2 anos
|
Cuneiforme intermediário
|
Mais ou menos aos 3 anos
|
Navicular
|
Entre 2º e 5º ano de vida
|
Apófise do calcâneo
|
4-6 anos na mulher e 5-7 no homem
Se funde ao corpo do osso: mulher= 16 anos e homem =
20 anos.
|
Maléolo medial
|
7 anos na mulher e 8 anos no homem
|
Epífise distal da fíbula
|
11-12 meses.
|
O pé é o primeiro elemento do sistema
musculoesquelético que começa a crescer na puberdade e também a primeira a
parar de crescer. Assim uma artrodese no início da puberdade não terá um
impacto significativo sobre o comprimento do pé.
Contrariamente a crença geral, existe mais
crescimento no tronco ou na estatura em posição sentada durante a puberdade do
que no crescimento subesqueletico ou no crescimento dos membros. A explosão do
crescimento nos MMll ocorre durante o 1º ano da puberdade e, após a idade óssea
de 12,6 anos nas mulheres e 14,6 nos homens, o crescimento dos MMll diminui
rápida/.
Quando se realiza epfisiodese no
inicio da puberdade ou mais tarde, o risco de hipercorreção é relativamente
pequeno. O crescimento dos membros se encontra completo em Resser l.
4. CRESCIMENTO DO MEMBRO SUPERIOR
Ao nascimento o comprimento do MMSS é 20 cm.
Em torno dos 5 anos de idade, alcançavam a metade de seu tamanho final.
A mão apresenta sua aceleração de crescimento
6 meses antes do antebraço e este 6 meses antes do úmero e este ao mesmo tempo
do tronco.
As proporções entre os vários ossos dos
membros superior e inferior são estabelecidos em torno das 5 anos de idade.
Assim, a ulna tem 4/5 do tamanho do úmero, e este representa 70% do comprimento
do fêmur. O estudo desses índices é muito importante em avaliar um retardo de
crescimento durante o curso de uma condrodistrofia (nanismo rizomélico e mesomérico).
Os valores de referência para o
crescimento em crianças normais não são aplicáveis na criança paralítica.
Júlio Lima
Médico Ortopedista/ Professor
segunda-feira, 15 de abril de 2013
A desvalorização da classe médica no Brasil
![]() |
Foto:blog.sinaldeacesso.com.br |
Há algum tempo ando me questionando o que de fato está acontecendo na coxia da política de desvalorização e desqualificação da classe médica? Campanha fortemente abraçada pelos meios de comunicação que quase diariamente nos acorda com fatos denunciativos e condenatórios de visão unilateral, sem crítica das condições, ambientes e fatores que contribuíram para o fato relatado e sem o devido levantamento do acontecido e pronunciamento das partes envolvidas, na maioria das vezes.
Outro dia reproduzi nas mídias sociais uma frase muito bem colocada do amigo Rodrigo Moraes que dizia que o maior sonho dos políticos, governantes e da imprensa é substituir o artigo 196 da Constituição Federal que diz que a Saúde é direito de todos e dever do Estado para a Saúde é direito de todos e dever dos médicos.
Entra ano sai ano, entra mandato sai mandato, entra governante sai governante e nada acontece de novo, para melhor, no sistema e na qualidade de gestão e otimização da saúde oferecida a população e para àqueles que trabalham na ponta do sistema, seja na atenção primária, seja nas portas das emergências.
Sofremos todos: Usuário, médicos, enfermeiras, auxiliares, técnicos. São horas trabalhadas sobe tensão. Vejo com imenso pesar, amigos plantonista que após 25, 30 anos de dedicação de suas vidas submetidos a condições adversas no ambiente de trabalho e antes da tão sonhada aposentadoria, se veem presos a máquinas de hemodiálises, vítimas de câncer, coronariopatias, diabétes, síndromes neurológicas e de estresse psicológico intenso.
A população, por sua vez, carente, abandonada, desinformada, sem a básica noção de cidadania e de direitos, assim como, deveres, sem educação para o uso coerente do capenga sistema de saúde que lhe é oferecido, por vezes, procura assistência em lugares e horários inapropriados e se desespera.
O sistema privado de saúde em atividade em nosso meio tão pouco se destaca ou é melhor que o sistema público na sua relação com o profissional médico e da saúde em geral. Para o usuário, mostra-se apenas com algum diferencial nas tecnologias oferecidas, mas que seu acesso é exaustivamente dificultado. Na prática, vale o jargão popular que o conceitua como “susão plus”.
Observa-se grande desrespeito e inoperância da maioria dos planos e seguros de saúde que há muito se colocara como terceira pessoa na relação médico-paciente. Atualmente, os pensadores deveriam modernizar tal conceito para relação plano-médico-paciente. Isso mesmo! E nessa mesma ordem, pois o médico encontra-se espremido entre os dois.
Há muito tempo que do médico vem sendo subtraída sua autonomia na condução de casos clínicos dos mais simples aos mais complexos.
O neoliberalismo não confirmou a tão proclamada teoria da harmonização do sistema que defendia que haveria melhora cada vez maior dos serviços e da qualidade de vida do cidadão, quanto maior fosse a competitividade entre as empresas. No meio do caminho, o “caldo desunerou” e o que se observa é o canibalismo entre empresas e o “corporafagismo” entre as empresas ( meio corporativo) e seus empregados, chamados no dicionário politicamente correto de colaboradores.
Parte desse esfacelamento social sofrido pela classe médica que se tornou a “Geni” social nos últimos tempos deve-se a nós mesmos, os médicos.
Tivemos uma escola aonde a hierarquia e submissão só se assemelham aos militares que, por “coincidência” no meu entender, é a outra classe mais combatida e desprestigiada pelos governantes e pela imprensa.
No inicio de carreira nos submetemos a trabalhar até para o poder público, no caso de muitas prefeituras do interior, com contratos verbais sem nenhum direito trabalhista ou de insalubridade. Submetido a carga horária abusiva, condições de trabalho inexistentes e tendo suprir a falta do Estado na vida das pessoas e quando sai, leva consigo uma sensação de que já foi tarde.
Não raro, ouvimos colegas lançarem a mão ao peito e verbalizar com ar de orgulho: “Terminei um plantão de 24h e vou para outro de 12h, 24h ou 36h”. Isso faz parte do condicionamento e subserviência psicológica para não contestarmos situações desumanas de trabalho, pois parecer contestador mexe com os brios dos médicos que não podem serem vistos ou percebidos como baderneiros ou como alguém que também possui fraquezas ou limitações.
Por outro lado, os salários estão cada vez mais vergonhosos fazendo com que o médico multiplique a necessidade de horas de trabalho para manter um mínimo padrão de vida exigido pela sociedade. É o famoso aperta de um lado e estica do outro.
E dessa forma, muitos de nós exercemos a profissão exaustos e desestimulados. O paciente exige o exame, o plano não autoriza o internamento, o acompanhante exige pressa, este, menos por preocupação com o moribundo e mais por ficar furioso por ter que esperar que o exame seja processado, o medicamento faça efeito, o médico reexamine o paciente.
O Conselho Federal de Medicina não consegue se fazer ouvir em suas diretrizes de piso salarial, condições e horas de trabalho, redistribuição dos médicos nas cidades e regiões do país. Um exemplo do pouco caso que a maioria dos gestores fazem com que diz o Conselho Federal de Medicina é quando afirma que seus filiados deveriam atender uma média de 36 pacientes em um período de 12 horas de plantão.
Na prática, a maioria dos diretores dos serviços criam uma logística no qual assediam moralmente o profissional médico para atender mais e mais rápido, submetendo o profissional a trabalhar sob pressão, tenso e vulnerável a cometer algum equívoco. Quando este acontece é o número de registro do conselho (CRM) do profissional que ali está. Então chega a imprensa ofegante e salivando por mais um escândalo. Os mesmos diretores que forçaram àquela situação, chamados para se pronunciarem saem ensacados em seus paletós, cara de indignação ou perplexidade a pronunciar: “Vamos apurar os fatos e punir severamente os culpados”.
Seria isso, um possível roteiro de um pastelão mexicano, se não fosse parte da realidade vivenciada por muitos profissionais de saúde, médicos em especial.
Vi um texto em uma rede social escrito por um médico, Dr. Dreg (pseudônimo do autor), na página do facebook “Diário de um plantonista”, o qual transcrevo na íntegra como exemplificação de um desabafo em uma situação vivenciada por muitos.
Vivenciamos tempos de desvirtuamento, desorganização e descaso com a profissão médica, talvez, a mais antiga e tão nobre quanto todas as demais.
Júlio Lima
Médico/Professor
“ O que é ser um bom médico para a população em geral?
Tenho visto que um bom médico é aquele que se permite realizar as suas funções de acordo com o que os seus pacientes ordenam:
- Quero uma receita!
- Pois não!
- Quero tal exame!
- Pois não!
- Quero ser internado!
- Pois não! - Quero um atestado!
- Pois não!
Quando se diz não, você não presta.
Negar uma receita de medicamentos de uso contínuo numa emergência? E os de uso controlados? Que absurdo! A população não tem atendimento! E agora? O médico plantonista tem que arcar com essa falta de estrutura da saúde do Brasil? Ele tem que realizar atividades além das suas funções porque a população está desassistida? Por que os postos de saúde não têm médico? Por que também as pessoas não querem marcar consulta?
O médico plantonista é a porta de entrada do paciente. Ele entra, joga em cima de você toda a revolta. Ele desconta em você que está ali trabalhando e exercendo a sua função.
E você tem que engolir.
Eu não deixo de ser um bom profissional porque nego um favor, porque não tenho tempo em um plantão de 12 horas de conversar muito com um paciente, porque tenho que ser objetivo e direcionar a consulta. Nem porque não reproduzi a receita do parente da funcionária da recepção, tampouco porque pedi para a paciente marcar uma consulta eletiva com uma queixa de queda de cabelos na emergência. Eu não estou ali para dar um jeitinho, nem pra fazer favores. E o não custa nada, custa muito!
Entender a dor de um povo aflito eu entendo. Eu também faço parte desse povo aflito. Mesmo que eu não necessite ir a um pronto-socorro do SUS. Mas eu vivencio todos os dias essa realidade. E pago um preço bem alto para permanecer trabalhando ali. Mas sou julgado o tempo inteiro e esperam uma brechinha para me prejudicar. Por que a saúde virou uma guerra e nessa guerra salve-se quem puder.
Não podemos, sozinhos, solucionar todas as carências do nosso sistema de saúde. Eu não posso atender 100 pessoas em 12 horas porque eu me acho bonzinho. Eu não trabalho numa rede de fast-food.
Estarei fingindo que trato de doenças e as pessoas fingindo que acreditam. Mas quando eu falo sobre a exploração dos médicos escuto o lado dos recalcados que dizem: "vocês devem parar de reclamar e trabalhar mais, dormem a noite inteira nos plantões!".
É tanto absurdo reunido que é melhor abstrair.
Sou plantonista e não realizo terapias familiares, não sou especialista em resolver brigas conjugais, não posso atender todos pela ausência de profissionais, não estou de plantão para trocar receitas, fornecer atestados sem motivos, solicitar exames de rotina, internar pacientes sem indicação e nem para trabalhar além das minhas forças.
Farei o meu melhor, sempre. Mas não sou o salvador da pátria.
Pronto-Socorro não é lugar de consulta de rotina, de trocar receitas, de fazer terapias, de suprir carências e exigir exames.
Pronto-Socorro é lugar de urgência e emergência. Acontecimentos que não podem ser adiados, pelo perigo de morte ou pelo próprio agravo da situação.
Sou a favor de campanhas educativas em rede nacional para esclarecer à população essa grande diferença. Quem sabe assim possamos exercer a nossa profissão com mais dignidade, respeito e maior qualidade nos atendimentos.
“ Dr. Greg, do Diário de um Plantonista.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
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