Há
exatos 18 anos, a vida promoveu o encontro de 32 jovens cheios de sonhos e
vindos de várias partes do Nordeste em Campina Grande. Foram 6 anos intensos de
convivência.
Juntos
enfrentamos obstáculos, juntos superamo-los e consolidamos o que chamamos de
família da UFPB campus II, turma 96.1.
- E
aí? Escapasse?
Esse
era o código de saudação mais utilizado nessa nossa família, que como toda
família possui os mais exaltados, os mais calados e os que, de forma madura,
tramitava fácil entre todos, assim era Artur.
Não
me recordo um só momento em que Artur protagonizasse algum tipo de desavença.
Ele sempre foi, antes de qualquer coisa, um conciliador.
Através
de seu temperamento calmo e educado, próprio dos sábios, defendia seu ponto de
vista com firmeza e lealdade. Impensável um grito, uma palavra mais dura ou
fria pronunciada pelo amigo.
Talentoso
que sempre foi, idealizou um grupo de forró pé de serra para que nossos
encontros fossem festivos. Ensinou Zabumba a Rodrigo, Sanlio no triângulo,
fabrízio no contra-baixo, Júlio no agogô e Manoel em qualquer coisa ( o importante
era estar lá) e ele, Artur, na sanfona e regência. Isso é que era gostar de
desafios, viu? Por mais impossíveis que lhe parecessem.
Os
ensaios eram nas madrugadas após os estudos nos Studio de sua casa. Assim
nasceu “Artur e o cabras da peste” como ele gostava de dizer.
Esse
fato demonstra a imensa generosidade que ele possuía. A capacidade de agregar,
somar, construir. Demonstra o tamanho de sua solidariedade e disposição para
ensinar o que sabia ao próximo. Demonstra parte de sua grandiosa capacidade de
amar.
Quantas
festas? Anéis do Brejos, onde tudo começou. Quantos encontros?! Sabiás, fuás
nas casas de Cabral, imbalanças, imbalanças, imbalançás... Quantas gargalhadas,
agora silenciadas pela covardia e desamor.
Artur,
estrela que era, tinha a vocação para o brilho e para as alturas, mesmo que com
discrição. E assim, obedecendo a sua necessidade de grandes desafios segue,
como todo nordestino de fibra e valente, para São Paulo e lá se torna Dr. Artur
Azevedo.
Foram
anos de dedicação e perseverança alicerçados pelo amor incondicional de sua
companheira e esposa, Carla Rameri e depois por Tomás, sua cria. Sabendo também
que tudo pelo qual lutava só era possível de ser concretizado por que antes, lá
no começo e em toda sua jornada teve o braço forte e coração sensível e amável
de S. Alvino e D. Vaninha.
Há 4 anos retorna, como
um bom filho sempre faz, para sua gente. Queria ele, de fato, retornar para sua
terra natal, no entanto, ela ainda não o comportava pela complexidade de sua
graduação correndo o risco de ser subutilizado, seguindo então para o Recife.
No
Recife logo conseguiu algum espaço e que ainda iria galgar muito, muito mais,
se não fosse a mão perversa do homem que lhe ceifou a vida, mas que jamais
tirará sua obra, sua grandeza, sua magnitude, sua genialidade.
Artur
está agora ao lado dos bons e do pai, consolado, como nós, pela Virgem Mãe
Sagrada e estará sempre muito vivo para todos que tiveram a felicidade de tê-lo
em seu convívio em algum momento de nossas vidas.
Júlio
Lima
Com certeza Dr Artur está ao lado do Nosso Pai Celestial, ladeado pela Mãe Santíssima, cumprindo agora uma outra missão, velar pelos que o amavam aqui na terra. Seus familiares na saudade de sua ausência sentem sua grande falta, pelo ser maravilhoso que era, porém acreditamos que o conforto será mediante o que Artur construiu nesta sua breve passagem, e está edificada nas expressões de pesar de todos os amigos e pacientes que tiveram a grande benção de conhece-lo e fazer parte de sua vida terrena, preparando-o para sua vida plena lá no Céu. Que Deus te dê a Luz Perpétua e o Divino Espirito Santo o resplendor e conforto para seus familiares.
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