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Foto: Internet |
1. Estudo Radiológico
Cerca de 50% das crianças tem idade óssea
significativamente diferente de sua idade cronológica.
Em alguns distúrbios isso é
característico e todo o raciocínio, análise, previsão e tomada de decisão devem
ser feitos tomando por base a idade óssea. Ex: doença de Perthes, discrepância
de comprimento dos membros, condrodistrofia.
Existem várias relações úteis entre os eventos
da PUBERDADE x SINAL DE RISSER.
· Sinal de Risser:
0: É para os primeiros 2/3 do disparo do crescimento puberal
e indica que o pico da curva de velocidade de crescimento ainda não foi
atingido.
l: Anuncia o inicio da rampa descendente do pico de
crescimento puberal. A taxa de crescimento da estatura, em posição sentada e em
posição em pé, diminui abruptamente. Pêlos axilares geralmente aparecem nesse
período.
ll: Corresponde a uma idade óssea 14 anos nas mulheres e 16
anos nos homens. Há ainda um risco de 30% de progressão (5° ou +) para uma
curva escoliótica de 30° e um risco de 2% para uma curva de 20°.
lll: Existe ainda uma ano de crescimento. Nesse ponto há um
risco de 12% de erro, curva de 20° ou maior progredir 5° ou +.
lV: Corresponde a 15 anos em mulher e 17 anos em homem. O
risco de progressão de escoliose está acentuadamente reduzido, embora, para o
homem permaneça um risco reduzido.
V: A apófise ilíaca pode fundir-se na idade de 22-23 anos. Em
alguns casos ela nunca se funde.
2. CRESCIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL
As vértebras lombossacrais são relativamente
menores ao nascimento do que as torácicas e as cervicais, contudo, durante os
primeiros anos de crescimento elas crescem mais rapidamente.
Os discos respondem por aproximadamente 30% da
estatura do segmento espinhal ao nascimento, na maturidade diminui para 25%.
As porções anterior e posterior das vértebras
não crescem à mesma taxa. Na região torácica, os componentes posteriores
crescem mais rápidamente. O inverso ocorre na região lombar.
A altura da coluna quase triplicará desde o
nascimento até a vida adulta. A coluna adulta média no homem tem 70 cm de
comprimento (12 cm col. Cervical, 28 cm – torácica, 18 cm lombar e 12 cm
sacra). Na mulher mede em média 65 cm.
Ao nascimento, a coluna vertebral tem
aproximadamente 24 cm de comprimento. Apenas
30% da coluna está ossificada e há pouca diferença significativa na morfologia
de uma vértebra a outra.
3. CRESCIMENTO DO MEMBRO INFERIOR
O membro inferior cresce mais que o tronco. O
fêmur e a tíbia combinados crescem cerca de 55 cm em mulher e 63cm em homem, do
nascimento até o final do crescimento.
A relação entre o fêmur e a tíbia é constante
durante todo o crescimento. A diferença no cumprimento entre os 2 ossos é 2cm
ao nascimento e 10cm no final do crescimento. O comprimento da tíbia é 80% do
comprimento do fêmur.
A relação entre tíbia e fíbula também é
constante. O comprimento da fíbula é 98% do comprimento da tíbia, e, não há
diferença significativa.
O fêmur possui aproximadamente 9 cm ao nascimento
e irá aumentar 5x para 45cm ao termino do crescimento.
A tíbia tem comprimento de 7 cm ao nascimento
e irá aumentar 5x para 35 cm.
O crescimento da tíbia e da fíbula é
independente, sendo necessária uma harmonia perfeita. Se crescimento excessivo
da fíbula (ex: acondroplasia) - geno varo. Se ressecção da fíbula durante o
crescimento – tornozelo valgo.
CONTRIBUICÕES DAS
PLACAS DE CRESCIMENTO PARA AUMENTO DO OSSO E DO MEMBRO.
Joelho é responsável por 2/3 do crescimento
(65%) no membro inferior.
Ao nascimento, o pé possui cerca de
7,5 cm de comprimento (40% do seu tamanho final). Com 1 ano de idade nas
mulheres e 1 ano e meio nos homens, o pé já atingiu a metade do seu tamanho
adulto.
No útero, as pontas das falanges distais do pé
são as primeiras a se ossificar, seguidas pelos metatarsos e posteriormente
pelas falanges medianas e proximais.
Ao nascimento estão presentes: centro
de ossificação no calcâneo, talo e cubóide, metatarsos (placa de crescimento do
1º é proximal e do 2º ao 5º é distal) e centros de ossificação de todos os
metatarsos e das falanges.
OSSO
|
PERÍODO DE
OSSIFICAÇÃO
|
Cuneiforme lateral
|
Entre 4 e 20 meses
|
Cuneiforme medial
|
Mais ou menos aos 2 anos
|
Cuneiforme intermediário
|
Mais ou menos aos 3 anos
|
Navicular
|
Entre 2º e 5º ano de vida
|
Apófise do calcâneo
|
4-6 anos na mulher e 5-7 no homem
Se funde ao corpo do osso: mulher= 16 anos e homem =
20 anos.
|
Maléolo medial
|
7 anos na mulher e 8 anos no homem
|
Epífise distal da fíbula
|
11-12 meses.
|
O pé é o primeiro elemento do sistema
musculoesquelético que começa a crescer na puberdade e também a primeira a
parar de crescer. Assim uma artrodese no início da puberdade não terá um
impacto significativo sobre o comprimento do pé.
Contrariamente a crença geral, existe mais
crescimento no tronco ou na estatura em posição sentada durante a puberdade do
que no crescimento subesqueletico ou no crescimento dos membros. A explosão do
crescimento nos MMll ocorre durante o 1º ano da puberdade e, após a idade óssea
de 12,6 anos nas mulheres e 14,6 nos homens, o crescimento dos MMll diminui
rápida/.
Quando se realiza epfisiodese no
inicio da puberdade ou mais tarde, o risco de hipercorreção é relativamente
pequeno. O crescimento dos membros se encontra completo em Resser l.
4. CRESCIMENTO DO MEMBRO SUPERIOR
Ao nascimento o comprimento do MMSS é 20 cm.
Em torno dos 5 anos de idade, alcançavam a metade de seu tamanho final.
A mão apresenta sua aceleração de crescimento
6 meses antes do antebraço e este 6 meses antes do úmero e este ao mesmo tempo
do tronco.
As proporções entre os vários ossos dos
membros superior e inferior são estabelecidos em torno das 5 anos de idade.
Assim, a ulna tem 4/5 do tamanho do úmero, e este representa 70% do comprimento
do fêmur. O estudo desses índices é muito importante em avaliar um retardo de
crescimento durante o curso de uma condrodistrofia (nanismo rizomélico e mesomérico).
Os valores de referência para o
crescimento em crianças normais não são aplicáveis na criança paralítica.
Júlio Lima
Médico Ortopedista/ Professor