quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Em que crise vivemos?
![]() |
Imagem extraída da internet |
Isso mesmo. Qual a saída? Alguém aí sabe? Dizem que no
Brasil existem 240 milhões de técnicos de futebol. Quantos são os sabidos em
economia? Em gestão pública? Em estratégia de negócios? Em fórmulas mágicas
para enfretamento de crises? Em lições de casa? Quantos são os que ainda não
perderam o brio, a vergonha, a moral e a capacidade de se indignar diante do
absurdo, do mal feito e do inescrupuloso e doentio jeitinho brasileiro?
Acostumamo-nos sempre reclamar em atacado e sermos
tolerantes, coniventes, ou até, atores quando a imoralidade é no varejo. Levar vantagem é a ordem do dia, é a meta a
ser seguida. Comprar um bem, contratar um serviço, fazer uma consulta em
qualquer área do conhecimento tornou-se uma jogada de dados, aonde o sujeito
tem apenas uma chance, dentre muitos procurados, de encontrar honestidade.
Muitas são as possibilidades de que se encontre alguém que deseja fazer do
outro, a presa do dia, a carne fresca, a refeição farta e fácil, seu meio de
vida.
Por onde andarás Dona Gentileza? O Sr. Respeito? A Sra.
Educação doméstica? Dona gratidão? Será que de tanto desgosto morreram? Ouvi
até dizer que com a tristeza e desgosto que lhes tomaram, encontram-se
internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e em estado muito grave.
Filhos desrespeitando pais e mães por reflexo do desrespeito
que recebem com suas ausências e desamor ou “amor” material adquirido na grife
mais próxima. Jovens se agredindo mutuamente, nóiados de tanta lombra,
invisíveis aos olhos do Estado, vorazes e perversos contra quem não pertence a
sua tribo.
Adultos
infelizes com a profissão, com o (a) parceiro (a), com o salário, com o
ambiente de trabalho, com a insegurança nas ruas, em sua casa. Escravos em sua
grande maioria, escravos dos desejos não consumados, escravos dos poderes não
detidos, dos objetivos não alcançados, dos bens não acumulados, dos olhares dos
demais, em fim, escravos de si mesmos, mas principalmente, escravos dos bossais
que n’uma jogada de ficha, n’um lance de cartas no mercado financeiro causam
avalanche de terror, angústia, ansiedade, depressão, frustração em gotas
diárias em sua vida. Sua vida? Sua? A quem você acha que pertencem seus
melhores anos? Quem controla o humor que você estará quando encontrar os seus
ou os amigos nos três períodos do dia? Por acaso, já paraste para tomar um café
pensando nisso? Quem realmente comanda sua valiosa vida? De qual (quais)
senhores é escravo?
E
os mais velhos? O que dizer dos idosos? A Medicina e as Ciências Humanas e
Sociais com suas capacidades para contornarem ou até mascararem as sequelas e o
que lhes causaram, causam tanta dor física, mental e espiritual tentam fazê-los
acreditar que estão na “melhor idade”. Cá para nós, seria cômico se não fosse
trágico vender esse peixe, essa ideia maluca de “melhor idade”, penso eu. Em
que parte, no país que vivemos, é bom ser idoso? (ás vezes custa-me muito ser
politicamente correto, traz-me uma sensação terrível de hipocrisia, mesmo sendo
grosseiro sem intencioná-lo ser). O desrespeito ao cidadão a partir dos sessenta
janeiros é algo institucionalizado nesse país. O governo é seu principal algoz que
o trata como estorvo. Adjetivos não colocam pão na mesa, nem trás dignidade a
quem deu sua mão de obra e força para construção desse país tão maltratado.
Talvez amenize a dor, talvez!
Não
sei se Dona Gentileza, Sr. Respeito, Sra. Educação doméstica, Dona gratidão deixarão
a UTI e sobreviverão aos dias atuais, às doses diárias nas nossas veias, com
direito a acesso central, de desamor, individualismo, desonestidade e cegueira
generalizada para enxergar o outro como continuação de si.
De
quem depende mudar um destino? Que forças ou estímulos são necessários? De
certo mesmo é que estamos vivendo, mais do que um período de crise financeira
no país, em uma sociedade doente com sérios danos aos preceitos da boa
convivência. Nessa feira de horrores há escassez de valores dos mais simples
aos mais complexos. Se pararmos um instante, se quer, diante do espelho e nos
perguntarmos por que estamos apanhando tanto, enquanto indivíduo e enquanto
sociedade, saberemos certamente responder. Rever escolhas, mudar de atitude,
trilhar seu próprio caminho requer mais que vontade, requer coragem, muita
coragem, além de amor próprio e ao próximo.
Júlio Lima
Médico/ Professor
quinta-feira, 23 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Deficiente? Quem?
Vivemos em um
mundo de superlativos onde a grande e avassaladora maioria de todas as
estruturas são pensadas e preparadas para os indivíduos “hígidos”. Os índios fazem a seleção, não natural
logo no nascimento, destruindo todo e qualquer indivíduo diferente. No Hawaí,
bastava o recém- nato apresentar um nevus
para ser descartado como impuro, serviria de lanche aos tubarões (Fábio Castor).
Modernamente, o darwinismo encontra respaldo no mundo gerido pelo capital e,
dessa forma, é estabelecido o modelo físico e psicológico dos que deterão o
provimento de cidadão e cidadã. Essa hierarquização se dá a partir do que o
modelo liberal entende como adequado e apto para viver sob sua égide, ou seja,
mão de obra produtiva com força motriz ligada no botão da capacidade máxima e os
que estarão à margem de sua ordem social.
Segue-se, nesse contexto, a
construção de um verdadeiro mosaico onde se classifica ou estigmatiza o
indivíduo por alguma característica física ou mental compreendida como
“inadequada” e “ não hígida”. O indivíduo agora alheio de suas características
outras recebe uma espécie de marca, ferro, carimbo, etiqueta. Como a sociedade
é dinâmica e se diz evoluir, dinâmica também é a maneira como os “hígidos”
balizam os deficientes. Cego passa a deficiente visual, aleijado agora é
portador de necessidades especiais e, por aí vai.
A mim causa náusea a nossa
hipocrisia social e só desnuda aos meus olhos que não há interesse, além do escambo
etimológico, em provocar mudanças reais, práticas e profundas no centro da
questão no que concerne, além de direitos subsistenciais, direitos de
autogestão e participação de processos e decisões. Há apenas uma maquiagenzinha
para que não possamos nos incomodar com que vemos ou ouvimos das ‘limitações”
alheias.
A hipocrisia humana é, sem sombra de
dúvidas, o maior aleijo da humanidade. Lidamos com os “não hígidos” ou
deficientes da mesma forma como lidamos com a morte. Negando-os. As valas
comunitárias de cadáveres na idade média foram substituídas, primeiro por
catacumbas, depois jazigos em mármore e oponentes, porém em cercado distante
dos centros e, por fim, lápides em belos jardins floridos. Tudo como forma de
negar a existência da morte. Assim, o perneta se torna portador de necessidades
especiais.
Não consigo visualizar políticas
governamentais consistentes de atenção a essa fatia da população. No Brasil,
historicamente os deficientes são assuntos de igrejas, associações e entidades
privadas filantrópicas com o governo atuando aí como terceira pessoa, alheio e
com envolvimento totalmente superficial.
Diariamente questiono-me quem
realmente é aleijado, deficiente ou portador de necessidades especiais?
O chefe tirano de uma repartição é o
que?
O capacho lambe-botas que se anula
como pessoa é o que?
Quem deseja sempre o impossível ou o
que a outro pertence, como o denomino?
Quem não consegue enxergar a dor, a
fome, à miséria, paisagem da janela de seu cotidiano, o que é?
Não é cego quem não enxerga um palmo
além do umbigo?
O sujeito indisponível por excelência, sem tempo, nem interesse para
ouvir um amigo, um conhecido ou um transeunte que o chama não é surdo?
Um verme que silencia diante de uma injustiça ou se beneficia dela. O
porco que não fala a verdade e usa a mentira para iludir, enganar, ludibriar
alguém, seja por trocados, facilidades ou posição social não é um mudo?
O parasita que sem menor pudor quer viver à custa de outra pessoa,
sugando-lhe energia e o seu melhor não é um paralítico?
O indivíduo que amanhece amargo e destila seu azedume e não apresenta a
capacidade de emitir uma palavra gentil, otimista e doce a alguém, não é um
diabético descompensado?
Quem por inveja, maldade ou incompetência elimina ou impede o crescimento
de alguém não é um anão?
Quem freqüenta a igreja, debulha terço, esquenta bíblia em suvaco, vive
em semáforos na campanha do quilo ou nos sons dos tambores de origem africanas,
mas se comporta como o sete pele em seu convívio social não é um miserável e
aleijado da alma?
Então, senhoras e senhores quem realmente são os deficientes? Os
aleijados? Os portadores de necessidades mais do que especiais? São os que não
andam, não falam, não ouvem, os mutilados de um membro ou órgão por ausência do
Estado, contingência da vida ou situações externas e alheias às suas vontades
ou àqueles citados anteriormente que apresentam deformidades na alma e no
caráter por opção ou dolo?
Sonho com o dia em que nós, de maneira honesta e imparcial, encararemos o
“portador de necessidades especiais” por causas externas não como incapazes,
mas como alguém que pode ser o que quiser dentro de suas habilidades. Quando
será que teremos governos sérios que não insistirão em dificultar o trabalho
dos que realmente agem?
A esperança se agiganta com a teimosia de todos que praticam o bem e no
respeito ao próximo, pois tenho infinita certeza que os maus e mentirosos,
verdadeiros aleijados, tropeçarão sempre em suas maldades e mentiras e que
aqueles que visivelmente são deficientes por intempéries serão vistos não com
os olhos da desconfiança e do desdém, mas
possam ter oportunidades, autonomia e respeito nesse mundo conservador.
Júlio Lima
Médico/Professor
segunda-feira, 20 de abril de 2015
terça-feira, 7 de abril de 2015
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
EU E DEUS

Amar a Deus
É ser fiel como ele o é
É ter afeição e cuidado pelo mundo
É coragem para muitos nãos
É agir mais do que esperar
É agradecer mais do que aperrear
Acreditar em Deus
É estado de vigília
É fazer por onde
É vencer-se
É ir além
É persistir sempre
Seguir a Deus
É enxergar além de um palmo
É viver com ética em tempo integral
É arregaçar as mangas para labuta
É ter o pé no chão e a alma leve
Ter Deus
É compartilhar conhecimento
É ter a justiça como norte
É ter o coração firme e forte
É oferecer o verbo, o ombro, o abraço
É enxergar-se num irmão
Estar com Deus
É ter paz
Júlio Lima
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Ôôôôô Mundeeeeeeeeeeza!
Ôôôôô Mundeeeeeeeeeeza! Mundeeeeeeeeeeeeza....
Essa toada está presente no imaginário de várias gerações. Um grito carregado de paixão e emoção que mostrava a força de um grande amor.
Mas,quem era Mundeza?
Raimundo Matias dos Santos foi um passarinho tal qual o João de barro que de galho em galho, folha em folha, gentileza em gentileza construiu uma das biografias mais ricas e belas que das bandas de cá do pé da chapada às bandas de lá dos Inhamuns, já se ouviu falar.
Gentileza é o adjetivo, agora verbo pra mim, que melhor vestia a personalidade de Mundeza (painho).
Existem pessoas que não precisam debulhar um terço por dia, nem andar com o livro sagrado em baixo do braço. Nós o reconhecemos como Cristão, na essência maior do termo, em seus atos, na sua postura diante da vida e nas relações que estabelece com as pessoas.
Raimundo Matias foi um homem que teve sabedoria para surfar nas ondas da vida, nunca sucumbindo a nenhuma delas. De postura agregadora, sempre se cercou de muita gente em sua casa. Foi um provedor até seu último suspiro.
O corpo, ultrajado pelo tempo, não acompanhou a vitalidade e juventude de sua mente. Sua disciplina o trouxe aos 101 janeiros, pois sempre teve horário para tudo e grande organização em suas tarefas.
Sua grande vitalidade e dinamismo, características que o acompanhavam, só puderam fazerem- se tão presentes por que ao seu lado tinha uma verdadeira fortaleza em forma de mulher.
Joaninha foi quem preparou o palco para que Mundeza brilhasse. Os nãos couberam - se a ela, mesmo estes sendo carregados de carinho, por vezes fôra incompreendida nessa tarefa. Foi a força dessa mulher que possibilitou que seu marido tornasse uma unanimidade. Isso era tão compreendido por ele que o próprio ria - se e nos fazia rir com as pendengas do casal.
A esse homem devoto uma imensa admiração e gratidão. Seu sangue não corre em minhas veias, nelas correm um líquido constituído de um amor profundo que me uniu a ele e a Joaninha (mainha), assim como aos seus, por toda a eternidade.
Quantas histórias contadas, quantas festas promovidas, quanta alegria disponibilizada a todos. Só um coração inundado de amor permite tal democracia em seu reino. E foi pelo amor e não pela força que ele se fez grande, cabendo a nós todos a reverência e o respeito.
Deus também precisa dos bons ao seu lado e o convocou à sua morada. Para nós ficam os ensinamentos, exemplos de conduta e retidão e a obrigação de mantê - lo vivo conosco sempre.
Essa toada está presente no imaginário de várias gerações. Um grito carregado de paixão e emoção que mostrava a força de um grande amor.
Mas,quem era Mundeza?
Raimundo Matias dos Santos foi um passarinho tal qual o João de barro que de galho em galho, folha em folha, gentileza em gentileza construiu uma das biografias mais ricas e belas que das bandas de cá do pé da chapada às bandas de lá dos Inhamuns, já se ouviu falar.
Gentileza é o adjetivo, agora verbo pra mim, que melhor vestia a personalidade de Mundeza (painho).
Existem pessoas que não precisam debulhar um terço por dia, nem andar com o livro sagrado em baixo do braço. Nós o reconhecemos como Cristão, na essência maior do termo, em seus atos, na sua postura diante da vida e nas relações que estabelece com as pessoas.
Raimundo Matias foi um homem que teve sabedoria para surfar nas ondas da vida, nunca sucumbindo a nenhuma delas. De postura agregadora, sempre se cercou de muita gente em sua casa. Foi um provedor até seu último suspiro.
O corpo, ultrajado pelo tempo, não acompanhou a vitalidade e juventude de sua mente. Sua disciplina o trouxe aos 101 janeiros, pois sempre teve horário para tudo e grande organização em suas tarefas.
Sua grande vitalidade e dinamismo, características que o acompanhavam, só puderam fazerem- se tão presentes por que ao seu lado tinha uma verdadeira fortaleza em forma de mulher.
Joaninha foi quem preparou o palco para que Mundeza brilhasse. Os nãos couberam - se a ela, mesmo estes sendo carregados de carinho, por vezes fôra incompreendida nessa tarefa. Foi a força dessa mulher que possibilitou que seu marido tornasse uma unanimidade. Isso era tão compreendido por ele que o próprio ria - se e nos fazia rir com as pendengas do casal.
A esse homem devoto uma imensa admiração e gratidão. Seu sangue não corre em minhas veias, nelas correm um líquido constituído de um amor profundo que me uniu a ele e a Joaninha (mainha), assim como aos seus, por toda a eternidade.
Quantas histórias contadas, quantas festas promovidas, quanta alegria disponibilizada a todos. Só um coração inundado de amor permite tal democracia em seu reino. E foi pelo amor e não pela força que ele se fez grande, cabendo a nós todos a reverência e o respeito.
Deus também precisa dos bons ao seu lado e o convocou à sua morada. Para nós ficam os ensinamentos, exemplos de conduta e retidão e a obrigação de mantê - lo vivo conosco sempre.
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