domingo, 5 de maio de 2019

Estou com Chiquin e não abro

Fonte: Internet


            O planeta Terra anda desgovernado ultimamente, descendo ladeira a baixo e sem freio. Décadas de luta e conquistas estão se esvaindo rapidamente. Canetadas realizadas por mãos engatilhadas por pensamentos violentos e corações petrificados anunciam tempos difíceis.
            Por vezes, imagino-me naqueles filmes em que o mau que hibernava, de repente, consegue se libertar ávido por sofrimento, ranger de dentes, sangue e destruição.
            A intolerância, o preconceito, o desamor vem carregado de discurso moralista de defesa da fé, família e bons costumes, estando implícitos desejos de mais-valia e da submissão aos mais fracos, claro.
            Conservadores do mundo ocidental que se dizem cristãos comportam-se como fariseus que atentavam o Cristo. Suas práticas negam tudo o que era ensinado por Jesus, mesmo assim, em seu nome se lançam em um novo discurso e prática inquisitória.
            Até o papa Francisco encontra-se na mira de infames lobos endemoniados revestidos na pele de sacerdotes. Homens que, devido suas pequinesas, jamais compreenderão ou enxergarão a grandiosidade e o amor contido no Pontífice. Um verdadeiro servo de Deus que prega a tolerância entre as nações, os povos, as crenças, as diferentes classes sociais e situações, tais como, os novos modelos familiares que se impõem como consequência dos tempos modernos. Um homem conciliador.
            Há um mórbido saudosismo ao passado obscuro, nada aceitável nos dias atuais, que impede que esses críticos do Papa percebam que a humanidade não é estática em seus conceitos, atitudes e, até, na subserviência das pessoas. Tais críticos são os mesmos que se opunham ao Papa Paulo VI e suas reformas.
            Na verdade, O Papa Francisco está sendo atacado por defender, como pregou Jesus Cristo, uma igreja pobre para os pobres. Uma igreja com os braços e as portas abertas a todos que a procuram e necessitam de um auxílio espiritual. Esses falsos sacerdotes defendem a teologia antigo-testementária, a qual afirma que Deus é severo e castiga, logo defendem uma igreja de autoridade e em sintonia com esta. O fundador desse tipo de igreja foi Constantino, por isso, os refuto completamente como verdadeiros padres. Como no império Romano, amam o ouro, a pompa, a vaidade, servem aos que se valem da força e do poder para subjugar e massacrar os pequeninos.
            O individualismo da era pré-cristã, o exercício da força e do desaforo para resolver conflitos e dizimar adversários, a exposição exagerada, assim como, a destruição de reputações e condenação precipitada apenas pela manchete ou encaminhamento de “fake news” são condutas, cada vez mais, colocadas em prática.
            A obsessão do momento é destruir o inimigo, e com certeza, o pior de todos, é o que pensa diferente, o que ousa a contradizer suas verdades. Para esse não há perdão.
            O que fazer para frear o planeta que desce ladeira a baixo? Como se posicionar aos discursos extremistas? Quem está certo? A quem cada um verdadeiramente segue? Aos cristãos, só posso sugerir que decidam a partir do exemplo do próprio Cristo. O velho testamento serve para contextualizar a boa nova que ele trás, o novo testamento. Se tiver alguma dúvida para que lado deva ir, siga o amor, a tolerância, o respeito, a solidariedade, nunca a agressão, a destruição de quem apenas pensa diferente de você, nunca o uso da violência para dizimar um ser humano.
            Enxergue-se no outro e tome sempre as decisões com essa régua. O papa Francisco nos propõe que sigamos e procuremos agir como o verdadeiro Senhor nosso que é Jesus Cristo, e não Constantino.
            Júlio Lima
05/05/19