O mundo não caminha
mais, galopa. O tempo, os espaços agora são motivos insanos de disputa. Os
valores morais, as convicções estão sofrendo metamorfose, não mais a cada
geração, mas a cada estação.
Existe uma linhagem de pessoas, principalmente com menos
de trinta, trinta e poucos anos, que é a progênie de pais que deixaram suas
casas para trabalharem e que se sentiram na obrigação de suprirem as “crianças”
com permissividade como compensação de sua ausência. Criou-se, a partir daí, o
que chamo de geração mimimi.
De repente, a nota de um aluno já não podia mais ser
publicada em um fanelógrafo por que passou a ser bullying e constrangeria ou levaria o “bichinho”, a “bichinha” à
depressão ou até tentativa de suicídio.
O ser mimimi cresceu individualista, competitivo, arrogante
e uma convicção infinita que detém o conhecimento sobre tudo e que sempre está
certo em seus argumentos. É sua a última palavra da prosa.
Penso que não podemos culpá-los, nem tão pouco condená-los,
senão resgatá-los (sem ser pretensioso de ser o dono da verdade, claro! posso
está completamente equivocado também e, talvez, eu que deva ser resgatado,
mas...). O desenvolvimento tecnológico trouxe consigo mudança nos padrões de
trabalho, nos relacionamentos interpessoais, novas profissões.
As sociedades criam seus modelos de “ideal”. O homem há muito
deixa de viver no mundo rural aonde geralmente as pessoas são naturalmente
espontâneas (espontaneidade raiz), a quem fale alto e com face, vestem-se com
simplicidade e organizam-se em grupos com laços fortes de amizade. São lançados
nas cidades ou grandes metrópoles onde o modelo business é imposto ao sujeito.
O comportamento agora é estilo “pronto entrega” com
caixinhas padronizadas. Exigi-se mais ”contição”, vestimentas de grife (
independentemente da tribo que o sujeito faça parte), voz baixa, movimentos
sempre calculados e relações que não ultrapassam a epiderme e a temperatura dos
polos.
Por vezes me questiono: O sujeito que fala alto é
necessariamente agressivo? Quem fala baixo é sempre cortez? A grosseria é
proporcional ao volume da voz?
Quem você chamaria de desequilibrado? Um sujeito que
diante de uma indignação lança alto e em bom som um “ vá a puta que lhe pariu”
ou um outro que, com muita elegância, lança um “querido”, “amado” com voz baixa,
porém com fácie diplégica e dentes cerrados?
O melindre está na moda e triste de quem não estiver na
moda, pois não receberá convites Vips
para as rodas e meios sociais dos equilibrados.
Júlio Lima
É, de fato tema geração mimimi.Veremos além de melindres, inversão de valores..assistimos a tudo isso sem conseguir encontrar um caminho para mudar essas posturas.
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